segunda-feira, 29 de junho de 2015

CASTELO SEM REI NO PIAUI


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Num reinado distante da capital Teresina, em Castelo do Piauí, sem a coordenação do mundo adulto, sem delegado, um grupo de jovens moradores encontraram quatro meninas entre 15 e 17 anos de idade desacordadas e feridas, após sofrerem estupro coletivo e jogadas de um precipício de oito metros (Folha de São Paulo, 15/6/2015, Cotidiano, B9).
Mas onde estão as autoridades?  Onde estão os adultos desse reinado de princesas abusadas?
O cenário transita entre a fabula de um conto fadas, com meninas- princesas que foram tirar fotos idílicas da vista da cidade no alto de morro, deparam-se com um conto de terror ao serem violentadas por jovens. Nisso surgem outros jovens que tomam a liderança, no lugar de adultos em busca das meninas desaparecidas.
Munidos de facões e lanternas, segundo reportagem da Folha de São Paulo, um grupo de jovens moradores do condado vão em busca das meninas. Tal como Diógenes de Sinope procuram a verdade com a sua lanterna. Este acreditava ser a virtude revelada  mais na ação do que na teoria,  e assim atuava para desbancar as instituições e valores sociais de uma sociedade corrupta (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/06/1642140-grupo-usou-facoes-e-lanternas-para-achar-vitimas-de-estupro-no-piaui.shtml <>).
Ante a notícia de desaparecimento das meninas, os jovens vão à procura do apoio do mundo adulto, a delegacia local, e deparam-se com um policial à paisana, que assume sua impotência de qualquer ação sobre o fato. Diante desse desamparo institucional seguem em sua ação em favor da verdade.
A Folha de São Paulo refaz o caminho com dois desses jovens. Relatam que ao localizarem as meninas, cortaram os panos e cordas que estavam no pescoço delas, tiram suas camisetas para cobrir seus corpos e proíbem fotos, chegam a quebrar o celular de um deles para impedir o registro. Enfim protegeram seus corpos e identidades, e assumem papel de acolhimento e proteção... (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/06/1642140-grupo-usou-facoes-e-lanternas-para-achar-vitimas-de-estupro-no-piaui.shtml <>).
Por outro lado, os quatro também jovens que confessaram o crime no dia que foram apreendidos, três deles negam o estupro logo depois, e afirmam que foram espancados. Estes também são vítimas do desamparo da monarquia do condado, do Estado, da sociedade.
E por fim as vítimas, as princesas meninas estupradas de 15 a 17 anos, reconhecem seus abusadores, jovens de 15 a 17 anos detidos em Teresina no Piauí. Pares em idades, vítimas de adultos, de uma sociedade, de um Estado, que não cumpre o seu papel político e humano na polis, no condado do Castelo de Piauí.

Referencias

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