http://sedes.org.br/site/node/786
Num
reinado distante da capital Teresina, em Castelo do Piauí, sem a coordenação do
mundo adulto, sem delegado, um grupo de jovens moradores encontraram quatro
meninas entre 15 e 17 anos de idade desacordadas e feridas, após sofrerem
estupro coletivo e jogadas de um precipício de oito metros (Folha de São Paulo,
15/6/2015, Cotidiano, B9).
Mas onde
estão as autoridades? Onde estão os
adultos desse reinado de princesas abusadas?
O
cenário transita entre a fabula de um conto fadas, com meninas- princesas que
foram tirar fotos idílicas da vista da cidade no alto de morro, deparam-se com
um conto de terror ao serem violentadas por jovens. Nisso surgem outros jovens
que tomam a liderança, no lugar de adultos em busca das meninas desaparecidas.
Munidos de facões e lanternas, segundo
reportagem da Folha de São Paulo, um grupo de jovens moradores do condado vão
em busca das meninas. Tal como Diógenes de Sinope procuram a verdade com a sua
lanterna. Este acreditava ser a virtude revelada mais na ação do que na teoria, e assim atuava para desbancar as instituições
e valores sociais de uma sociedade corrupta (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/06/1642140-grupo-usou-facoes-e-lanternas-para-achar-vitimas-de-estupro-no-piaui.shtml
<>).
Ante a notícia de desaparecimento das
meninas, os jovens vão à procura do apoio do mundo adulto, a delegacia local, e
deparam-se com um policial à paisana, que assume sua impotência de qualquer ação
sobre o fato. Diante desse desamparo institucional seguem em sua ação em favor
da verdade.
A Folha de São Paulo refaz o caminho com
dois desses jovens. Relatam que ao localizarem as meninas, cortaram os panos e
cordas que estavam no pescoço delas, tiram suas camisetas para cobrir seus
corpos e proíbem fotos, chegam a quebrar o celular de um deles para impedir o
registro. Enfim protegeram seus corpos e identidades, e assumem papel de
acolhimento e proteção... (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2015/06/1642140-grupo-usou-facoes-e-lanternas-para-achar-vitimas-de-estupro-no-piaui.shtml
<>).
Por outro lado, os quatro também jovens
que confessaram o crime no dia que foram apreendidos, três deles negam o
estupro logo depois, e afirmam que foram espancados. Estes também são vítimas
do desamparo da monarquia do condado, do Estado, da sociedade.
E por fim as vítimas, as princesas meninas
estupradas de 15 a 17 anos, reconhecem seus abusadores, jovens de 15 a 17 anos
detidos em Teresina no Piauí. Pares em idades, vítimas de adultos, de uma
sociedade, de um Estado, que não cumpre o seu papel político e humano na polis,
no condado do Castelo de Piauí.
Referencias
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